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Cultura | 17.11.11 - 13h20

Prefeitura debate o Racismo e as Mulheres Negras

[caption id="attachment_9885" align="alignright" width="334" caption="Foto: Irandi Souza"][/caption]

Uma atenta e participativa plateia de mulheres, sendo a maioria de pele negra, dividiu entre si fatos ocorridos no ambiente familiar, na escola e no trabalho, tendo o racismo como tema. O assunto foi discutido, na manhã desta quinta-feira (17), no Auditório Capiba, situado no 15º andar da Prefeitura do Recife (Cais do Apolo, 925 – Bairro do Recife), durante a roda de diálogo “O Racismo e as Mulheres Negras”.

O evento foi promovido pela Secretaria Especial da Mulher do Recife, como parte da programação de novembro comemorativa ao Mês da Consciência Negra. A roda de diálogo foi aberta pela gerente da Temática de Gênero e Igualdade Racial da pasta, Alzenir de Lima, que deu as boas vindas às participantes em nome da secretária Rejane Pereira, que se encontrava cumprindo agenda externa de trabalho, acompanhando o prefeito João da Costa.

Alzenir disse “ser um desafio prazeroso e constante ser mulher e negra, pois isso implica em lutas e conquistas”. Enquanto ela discorria sobre o tema, um telão projetava imagens de mulheres negras em diversas situações, mostrando uma Rainha do Maracatu; em outra foto surgia uma idosa, membro de uma família numerosa; e imagens das negras nos tempos da escravidão.

O evento da pasta Especial da Mulher teve a participação da dirigente da ONG Observatório Negro, Ana Paula Maravalho, e comunitárias das seis Regiões Político-Administrativas (RPA’s) do Recife, que se revezaram nos depoimentos. Num deles, a representante do Coletivo Identidade Negra, Lindaci Assis, falou da importância da roda de diálogo que, no seu entender, “é de afirmação de nossa identidade, enquanto mulheres negras, no qual indagamos sobre o papel que devemos exercer na sociedade, porque o racismo é doloroso”.

Convidada da palestra, a dirigente do Observatório Negro, Ana Paula Maravalho, lembrou que a luta da população negra contra as desigualdades é antiga e histórica, mas observou que a discussão não deve considerar apenas os direitos de uma etnia. “A diversidade entre as pessoas é importante, e a construção deve ser por um mundo melhor para a humanidade onde todos tenham os mesmos direitos, independente de ser mulher ou homem, preto ou branco, de religião ou orientação sexual, para que no futuro não precisemos mais nos reunir como hoje para discutir essas questões”, concluiu Maravalho.