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Cultura | 20.06.12 - 15h50

Seminário Cidade e Mobilidade apresenta o Recife a especialistas estrangeiros

Encontro internacional discutirá os desafios do Recife e apresentará experiências para a questão da mobilidade aplicadas em cidades como Barcelona

Na tarde desta quarta-feira (20), reuniram-se no Recife especialistas de vários países para discutir a questão da mobilidade nas grandes metrópoles. O assunto, que tem norteado intensos debates na área de planejamento urbano, está sendo o foco das atenções no Instituto Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), no bairro do Recife. O evento de hoje, fechado para os palestrantes do Seminário Cidade e Mobilidade, foi aberto com palestra sobre a capital pernambucana e suas peculiaridades, apresentada pelo arquiteto Noé Sérgio do Rego Barros, do ICPS.

O especialista falou das dificuldades geográficas da cidade como o fato de a capital pernambucana possuir locais abaixo do nível do mar, e outros problemas como ocupações irregulares, que criam grandes desafios no quesito urbanidade, não só na mobilidade dos morros e escadarias, mas de erosão, desmatamentos, contenção de encostas. “O urbanismo não se casou com a engenharia ainda para resolver isso. Não deve ser só uma questão de contenção, mas de qualificação do local”, comentou Noé.

O encontro com especialistas de Lima, Barcelona, Bogotá e outras cidades, foi prestigiado pelo reitor da UPE, Carlos Calado, que comentou os desafios urbanísticos do Recife. “Temos uma cidade com morros, favelas, mangues, braços de rios. Áreas ocupadas que precisamos urbanizar para dar qualidade de vida à população local. Mas, às vezes, até essas intervenções provocam desgastes do solo, enxarcamento, assoreamento e podem causar situações de risco. Não é tão simples quanto parece urbanizar o Recife. Temos algumas peculiaridades que precisam ser estudadas com muito cuidado”, explicou Calado.

Para Milton Botler, coordenador do Instituto, o seminário tem a importância de articular todos os assuntos de interesse sobre a melhoria da mobilidade do Recife. “Não basta pedir ciclovias ou calçadas com rampas, em audiências públicas separadas. Precisamos unir tudo isso, todas as necessidades em um plano só. Estudar exemplos como o de Barcelona que criou um pacto de mobilizaçãonão só os poderes públicos, como toda a sociedade e as iniciativas privadas, e mudou radicalmente o panorama de mobilidade da cidade em 15 anos”, finalizou.