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Mulher | 23.09.14 - 16h02

IV Encontro de Mulheres com Deficiência é marcado pelo debate sobre políticas públicas

Deficientes auditivas, visuais e físicas reuniram-se nesta terça-feira (23), no IV Encontro de Mulheres com Deficiência do Recife para discutir saúde da mulher, inclusão no sistema educacional e geração de trabalho e renda. Além de relembrar o dia nacional da luta pela pessoa com deficiência, o evento serviu para ouvir as demandas do segmento. O encontro, promovido pela Secretaria da Mulher do Recife, ocorreu no auditório do Banco Central, na Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro.

Estiveram presentes, entre outras, a secretária da mulher municipal, Sílvia Cordeiro, a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna, os representantes da Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Rafaela Belo e Luiz Valente, a fundadora da ONG Refazendo, Dulcinéia Xavier, a representante da gerência de saúde da mulher da Secretária de Saúde do Recife, Ana Carla Mota e a médica ginecologista e obstetra, Adriana Maciel.

Em sua fala, Ana Carla ressaltou a importância da inclusão das mulheres com deficiência na saúde e colocou-se à disposição para o diálogo. Já a secretária Ana Rita, falou que a Gerência da Pessoa com Deficiência, lotada na Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, está aberta às demandas que são solicitadas por este grupo. "Sabemos que a cidade não é pensada para uma pessoa com deficiência. A gente precisa avançar e encontrar como fortalecer a política voltada para vocês. A gente vai continuar dialogando. A nossa Secretaria está à disposição", disse.

Sílvia Cordeiro, por sua vez, comentou que o encontro é uma oportunidade para a construção e o fortalecimento de políticas voltadas para este segmento. "Pensamos em fazer esse encontro dialogando com as pessoas com deficiência que vem se colocando como sujeitos e cobrando seus direitos. E se olharmos para as mulheres, elas estão em um patamar ainda maior de desigualdade. As cuidadoras destas mulheres também. Precisamos atender as demandas de vocês e estamos aqui para isso", finalizou.

A médica Adriana Maciel conversou com as presentes sobre os avanços no campo da saúde. Atualmente, Adriana ocupa a gerência da maternidade e policlínica municipal Barros Lima, no bairro de Casa Amarela. "Estamos atentos a acessibilidade. Já temos, na unidade, uma mesa ginecológica automática para facilitar a acessibilidade das mulheres com deficiência. Isso já é um fato, não estamos falando do futuro. E estamos aqui à disposição de vocês para novas demandas", concluiu.

As participantes também foram orientadas sobre linhas de crédito especializadas e formalização do empreendedor, com os representantes da Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano. Equipamentos que facilitem a qualidade de vida, como cadeiras de roda e aparelhos auditivos podem ser financiados pelas linhas de créditos especiais, destinadas à pessoas com deficiência. Todo o atendimento é realizado no primeiro andar do edifício sede da Prefeitura do Recife, no bairro do Recife.

Cosme Bezerra da Silva teve paralisia infantil aos 4 meses de idade. Hoje é educadora social da Prefeitura do Recife e acredita que a acessibilidade é um dos problemas que enfrenta no dia a dia. " A acessibilidade ainda é muito ruim, mas estamos lutando para melhorar. Encontros como estes mostram que podemos muito mais, podemos mudar muitas coisas", confirmou.

CIA CADÊNCIAS - O IV Encontro contou ainda com a apresentação de dança esportiva e artística. A bailarina Nina Lemos, de 32 anos, tem ossos de vidro e apresentou números de bolero e samba. "Danço há um ano e é uma experiência nova. Achava que eu não poderia, mas uma amiga minha - que também é cadeirante- me mostrou que eu podia. É uma emoção à flor da pele", disse. A companhia existe há três anos e é a única em Pernambuco a unir pessoas cadeirantes com andantes.