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Cultura | 23.11.12 - 10h01

Estudantes do CMEI Paulo Rosas lançam segunda edição de livro de histórias

[caption id="attachment_28612" align="alignleft" width="334"] Crianças trabalharam a história da África e a cultura negra. Foto: Ivanildo Francisco[/caption]

Desta vez, a história, a cultura, os costumes e a autoestima da população negra foram abordados
Por Marcos da Silva

Alunos do grupo infantil 4, atendidos pelo CMEI Paulo Rosas, da Cidade Universitária - unidade de ensino da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel) do Recife - lançaram no final da tarde desta quinta-feira (22), no auditório da Editora Universitária da UFPE, a 2ª edição do livro “Ah! Eu entrei na roda... na roda das histórias – Ampliando a roda e contanto outras histórias”.

No ano passado, outros estudantes com idades entre 4 e 5 anos, contaram na primeira edição as estórias que eles inventaram. Este ano, a proposta foi trabalhar a temática etnicorracial, basicamente a história da África e a cultura negra. Li para eles cinco livros sobre o tema. Neles estão retratados os costumes de algumas regiões, onde os homens usam saias por causa do calor ou as famílias têm o costume de comer no chão. Eles associaram este hábito à pobreza”, explica a professora Sandra Vasconcelos, de 41 anos, 21 deles dedicados ao magistério, que liderou a turminha de escritores. “Tive que explicar que era uma tradição daquela região”.

Pós graduada em História e Cultura Afrobrasileira pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), a educadora completa: “O segundo livro é uma releitura do que eles ouviram ou leram”. Os livros apresentados aos 20 pequenos autores por ela foram: ”Chuva de Manga”, de James Rumford; “Menina bonita do laço de fita”, de Ana Maria Machado; “Um safari na Tanzânia”, de Lauri Krebs; “Berimbau mandou te chamar”, uma coletânea de cantigas de capoeira, organizada por Bia Hetzel; “A princesa e a ervilha”, de Rachel Isadora; “Tanto, tanto”, de Trish Cooke.

No CMEI Paulo Rosas, contação de estórias é comum e acontece diariamente. Cinco professoras trabalham na unidade com a colaboração de 50 auxiliares de desenvolvimento infantil (ADIs) e estagiários.

“O trabalho é de suma importância porque desde pequenos eles desenvolvem o raciocínio e o gosto pela leitura. Também ajuda na desinibição. Os educandos também se entendem como parte do processo”, destaca outra professora do CMEI Rosângela Lima, de 28 anos. Rosângela é mãe do autor mirim Caio Riquelme, de 4 anos. “Minha estória foi baseada no livro que mais gostei, ‘Tanto, tanto’, que fala sobre uma mamãe e seu bebê”, revela Caio.

Para a diretora Geral de Ensino e Formação Docente da Seel, Joana D’arc Andrade, “toda ação que for feita para inserir a criança no letramento é o melhor que nós podemos deixar para eles. Até bem pouco tempo atrás, saber ler e escrever era um mérito. Aqui, no CMEl Paulo Rosas, eles estudam em um ambiente sadio e aprendem coisas que todo mundo pode fazer, mas tem que seguir os passos: elaboração, textos, ilustrações...”