Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas -SDSDHJPD

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Direitos Humanos | 25.01.19 - 19h07

Semana Nordestina da Visibilidade Trans chega ao Recife neste fim de semana

Debates, formações e peça teatral protagonizada por travestis e transexuais fazem parte da programação que marca o Dia da Visibilidade Trans.


Para marcar o Dia da Visibilidade Trans, que é na próxima terça-feira (29), tem início neste domingo (27) a 6ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans. O evento, que vai até o próximo dia 1º, é realizado no Estado pela Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans-PE), e, no Recife, conta com a parceria da Prefeitura do Recife, através da Gerência de Livre Orientação Sexual (Glos) da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH), entre outras entidades parceiras. A programação do Recife inclui debates, caminhada, peça teatral protagonizada por travestis e transexuais, entre outras atividades. A 6ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans homenageia o ativista e escritor carioca João W. Nery, que foi o primeiro homem transexual a realizar a cirurgia de redesignação sexual no Brasil, em 1977.

Em paralelo à programação oficial da semana, uma prévia das atividades relacionadas ao Dia da Visibilidade Trans acontece neste sábado: a caminhada “Meninos vestem rosa, meninas vestem azul e nossos filhos vestem o que quiseram”. A concentração do ato articulado pela ONG Mães pela Diversidade, com apoio da Glos, está marcada para as 14h, na Praça do Derby, com destino ao monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista.

A 6ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans tem início às 18h do domingo, no Teatro Apolo, onde será apresentado o espetáculo “Programa César Alencar – um tributo a Emilinha Borba”, que é protagonizado por travestis e transexuais. Já na manhã da terça-feira, Dia da Visibilidade Trans, será inaugurado o Jardim Marcela Brandão no Ambulatório LGBT Patrícia Gomes, que funciona na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena. A homenageada, Marcela Brandão, foi uma mulher transexual vítima de transfobia. A ação é da Secretaria de Saúde do Recife, coletivo Transviver e a ONG Gestos.

Às 16h da terça, haverá um ato público em alusão ao Dia da Visibilidade trans, com falas públicas e apresentações, no Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora. Na ocasião, a Glos, a Secretaria de Saúde do Recife e outras instituições serão premiadas pela atuação no enfrentamento à violência contra a população trans.

Nas manhãs da quarta (30) e da quinta (31), a Secretaria de Saúde do Recife, através da Coordenação da Política de Atenção Integral à Saúde da População LGBT, realiza formações sobre atendimento à população trans na rede de saúde para os profissionais da Prefeitura do Recife. As capacitações serão na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Educadores do Recife Professor Paulo Freire, na Madalena.

Para discutir especificamente os desafios enfrentados pelas mulheres trans, a Secretaria da Mulher do Recife, em parceria com a Glos, promove um debate no Centro Municipal Júlia Santiago, em Brasília Teimosa, às 15h da quarta-feira. A programação da Semana Nordestina da Visibilidade Trans se encerra no próximo dia 1º, com o 1º Festival de Cultura da Amotrans, na Rua Mamede Simões, em Santo Amaro, das 18h às 22h.

Para o gerente de Livre Orientação Sexual do Recife, Wellington Pastor, o dia 29 de janeiro é uma data em que as pessoas transexuais reafirmam seu direito de existir de forma cidadã, com igualdade de oportunidades. “Infelizmente, a população trans ainda é o grupo mais vulnerável da comunidade LGBT, sendo o Brasil o país mais violento para essa público. Nesse contexto, diversas ações acontecerão durante a Semana da Visibilidade Trans para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de respeito às pessoas transexuais e à diversidade”, defendeu o gestor da SDSJPDDH.

CENTRO LGBT  As pessoas trans e demais LGBTs contam com o Centro de Referência em Cidadania LGBT do Recife como espaço de promoção da cidadania e garantia de direitos, habilitado a fornecer orientações sobre direitos humanos e prestar atendimento especializado a vítimas de discriminação e violência homofóbica. Inaugurado em agosto de 2014, é o primeiro Centro de Referência Municipal do Estado de Pernambuco.

Com equipe interdisciplinar, formada por agente de direitos humanos, psicólogo, advogado e assistente social, o equipamento tem mais de dois mil usuários cadastrados e realizou mais de cinco mil atendimentos. Ligado à Gerência de Livre Orientação Sexual (GLOS) da SDSJPDDH do Recife, o Centro LGBT funciona na Rua dos Médicis, nº 86, no bairro da Boa Vista, das 8h às 12h e das 13h às 17h. O telefone para contato é o 3231-1553.

Além do Centro LGBT, os trans e outros LGBTs podem denunciar casos de LGBTFobia na plataforma digital para recebimento de denúncias da Prefeitura do Recife. No formulário online, que está disponível no site da PCR (http://bit.ly/DenunciaLGBTRecife), é possível denunciar casos de preconceito e discriminação homofóbica com base nas leis municipais nº 16.780/2002 e nº 17.025/2004, que proíbem manifestações preconceituosas ou discriminatórias em razão da orientação sexual ou identidade de gênero, punindo os estabelecimentos públicos ou particulares, empresas ou organizações sociais que desrespeitarem as legislações.