Jardim Botânico do Recife contribui com pesquisa de mestrado da UFRPE
Além de promover diretamente e ativamente a consciência ambiental, o Jardim Botânico do Recife (JBR) também desenvolve atividades voltadas à educação, conservação e pesquisa. O órgão doou 24 mudas de cinco espécies de passifloráceas que farão parte de um projeto de pesquisa de mestrado da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O estudo é vinculado ao Programa de Pós-graduação em Agronomia - Melhoramento Genético de Plantas do Departamento de Agronomia da UFRPE, que é coordenado pela professora Vivian Loges e visa proporcionar informações quanto ao uso de plantas feitas de maneira acessível e sustentável em áreas que possuem pouco verde.
O Plano Local Para Ação Climática do Recife (PLAC) alerta para os malefícios das ilhas e ondas de calor e os efeitos negativos que estes causam na saúde da população, em especial, a de baixa renda. A partir disso, a aluna de mestrado Maria Fernanda dos Santos Silva, considerou o uso de espécies com potencial para serem usadas como fachadas verdes, nesse caso, espécies nativas de maracujá doadas pelo Jardim Botânico do Recife, para a redução de danos em áreas com excessiva urbanização. O potencial de espécies nativas de maracujá para fachadas verdes se explica pelo seu valor ornamental, por possuírem frutos comestíveis, flores de beleza exuberante e formarem cortinas que podem recobrir muros, alambrados ou paredes estabelecendo espaços verdes verticais onde antes predominariam os elementos construídos.
“O uso de coberturas verdes é uma forma de inserção de vegetação nas construções urbanas que adota o princípio de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), isto é, soluções que proporcionam simultaneamente benefícios ambientais, sociais e econômicos e contribuem para uma variedade de serviços ecossistêmicos. Desta forma, esperamos que em áreas onde predominariam os elementos construídos, possa ser estabelecido espaços verdes verticais com espécies nativas da nossa flora, com funcionalidades não só estéticas como ecológicas e alimentícia”, aponta a professora Vivian Loges.
A coleção de Passiflora do Jardim Botânico do Recife reúne onze espécies de maracujás, essas que são objeto de estudos que buscam fazer avaliações morfológicas, biométricas, de pragas que cada espécie atrai e no desenvolvimento de polinizadores naturais. O projeto de pesquisa, iniciado há quase dois anos, é desenvolvido pelo agrônomo e analista do JBR, Bruno Leal e busca estudar formas, estruturas, biometria das folhas, frutos e número de sementes dessas espécies de maracujás selvagens, com o intuito de deixá-las em condições de exposição ao público para contemplação.
A coleção de Passiflora, bem como outras belezas naturais expostas no Jardim Botânico do Recife, podem ser contempladas das terças aos domingos, das 09h às 15h, respeitando todos os protocolos de segurança no combate à pandemia. A entrada no equipamento ambiental é gratuita e o uso de máscara é obrigatório.