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Cultura | 26.08.17 - 11h39

Festival a Letra e a Voz recebe a cineasta Tizuka Yamasaki

O segundo dia da 15ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e Voz, no Cais da Alfândega, teve debate sobre a Revolução de 1817 com a cineasta e abertura da Feira do Livro. O evento segue até domingo (27)

 

Dando continuidade à 15ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e Voz, no Cais da Alfândega, foi realizado, na noite de ontem, um debate com a cineasta Tizuka Yamasaki sobre o tema A Revolução de 1817 como inspiração cinematográfica. Paralelamente, foi iniciada a Festa do Livro, feira de livros com 15 expositores e títulos para todas as idades à venda. Este ano, a programação do festival, realizada Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, celebra o bicentenário da Revolução Pernambucana.

Com mediação de Heloísa de Morais, a diretora de cinema e televisão Tizuka Yamasaki, que recentemente veio ao Recife dirigir as filmagens do filme 1817 – A revolução esquecida, baseado no romance A noiva da revolução, do jornalista Paulo Santos de Oliveira, tratou de todos os aspectos para transformar uma obra literária em filme e falou mais sobre o longa em que está trabalhando agora. O docudrama aborda o movimento emancipatório pernambucano, que eclodiu há 200 anos, misturando ficção e documentário, passado e presente. A estreia deve acontecer no próximo mês.

“Para mim cinema é uma grande mentira que a gente coloca nas telas, mas quando as pessoas assistem e se emocionam, torna-se uma verdade. Este é o papel da ficção. Concordo com a máxima de que o cinema faz uma grande mentira virar uma verdade”, explicou Tizuka Yamasaki.

Segundo a cineasta, a Revolução de 1817 tem grande importância para o Brasil, mas muita gente sequer sabe quando, nem por que o movimento ocorreu. “Eu mesma não sabia antes de ler o livro de Paulo Santos. Meu objetivo é contar essa história da forma como ela foi: apaixonante e cheia de emoção. Por isso resolvi sublinhar esse acontecimento. Precisamos revelar para a população brasileira a história do país e este importante acontecimento político, cultural e revolucionário”, avalia a cineasta.

“Meu objetivo com esse docudrama é que os estudantes possam compreender a história e saber que pessoas brigaram pela democracia do país. Ao terminar quero que sintam orgulho do Brasil e saibam que tivemos guerreiros que lutaram pelo país”, concluiu Tizuka.

Não é de hoje que a cineasta gaúcha aborda a história do Brasil em seus filmes. Em 1983, ela dirigiu Parahyba Mulher Macho, um filme dramático que conta parte da história do Brasil, mostrando o liberalismo sexual, que chocava a Paraíba pré-Revolução de 30. Outro exemplo é o filme Gaijin, que narra à história de um grupo de japoneses que veio para o Brasil no século XX para trabalhar como escravos nas fazendas de café de São Paulo.

A economista Ana Carmem, de 39 anos, ficou muito interessada pelo tema abordado no festival e veio conferir a segunda noite. "Trazer a Revolução de 1817 foi maravilhoso. Normalmente o assunto fica oculto na história do nosso país, sem o destaque que merecia. Ouvir Tizuka foi incrível. Já assisti alguns de seus filmes, como Parahyba Mulher Macho, e achei fantásticos. Levar a história dos livros para a tela de cinema é muito interessante", frisou a paraibana, que aproveitou o único dia em Recife para prestigiar o Festival de Literatura. 

O sociólogo e professor universitário, Edvaldo Carvalho, de 46 anos, gostou da ligação entre a literatura, história e cinema. "Essa foi uma oportunidade de aprender de perto com a cineasta. Conheço os trabalhos dela, mas ouvir suas considerações foi engrandecedor", enfatizou o sociólogo. 

A diretora de marketing, Verônica Dantas, de 43 anos, ficou sabendo do festival pelos jornais e vai aproveitar todos os dias. "Eu sou fã de Tizuka. Esse evento me deu um presente: conhecer um pouco mais sobre a pessoa que tanto admiro. Estou emocionada, uma oportunidade incrível. O tema desta edição está muito bom e desafiador em abordar a história não apenas pelos livros, mas também com outras linguagens, como o cinema. Adorei a estrutura e farei questão de voltar com toda a família, pois aqui todo mundo se diverte e aprende", concluiu Verônica. 

A jornalista Cristiana Dias, de 41 anos, trouxe sua filha, Beatriz Dias, de 12 anos, para assistir ao debate com a cineasta Tizuka e aprender um pouco sobre a história do país. "Achei muito interessante levar as experiências literárias para o cinema, as explicações foram esclarecedoras”, disse a jornalista.

A secretaria de Cultura do Recife, Leda Alves, falou sobre a importância de Tizuka adaptar a obra de Paulo Santos. “Quando esse livro nasceu, Paulo não tinha a menor ideia dos caminhos que iria percorrer. Sua função é prestar um serviço ao país, fazer denúncia e preparar o público para entender, discordar e lutar para mudar. Tempo depois, Tizuka vem e traz força, talento, coragem e mostra uma realidade mais limpa e pura para nós que passamos a conhecer os heróis da nossa história. Então agradeço essa chance que tivemos hoje de conhecer pessoalmente seu talento”, finalizou Leda Alves.

Programação - A programação do festival começou quinta-feira (24) e segue até amanhã (27), com recital de poesia, apresentação musical, espetáculos de dança e teatro, contação de história para crianças, além de debates sobre os desdobramentos da Revolução de 1817. Hoje (26), a partir das 16h, os autores do livro HQ A Noiva, Heron Villar e Thony Silas, estarão autografando exemplares. Às 17h, haverá recital poético, seguido de uma mesa sobre a Revolução de 1817 e seu desdobramento histórico na política brasileira. O historiador Antônio Jorge Siqueira desenvolverá o tema e o diretor do Arquivo Público de Pernambuco, Félix Filho será o mediador.

 

Serviço

 

Festival A Letra e a Voz 

 

Sábado (26)

 

16h - Tarde de autógrafo do HQ A Noiva

17h - Recital poético

18h - 3ª Mesa: A Revolução de 1817 e seu desdobramento histórico na política brasileira. Palestrante: Antônio Jorge Siqueira. Mediador: Felix Galvão Batista Filho

Local:Cais da Alfândega 

 

Domingo (27)

 

16h- Contação de História para crianças e jovens

17h- Apresentação do Ballet Simone Monteiro

Local:Cais da Alfândega 

18h- Encerramento do Festival com uma apresentação do espetáculo de teatro O Suplício de Frei Caneca 

Local: Basílica do Carmo