Secretaria de Política Urbana e Licenciamento

NOTÍCIAS

Política Urbana | 26.08.21 - 18h03

Prefeitura do Recife classifica casa modernista na Avenida Rui Barbosa como Imóvel Especial de Preservação (IEP)

img_alt

Datada de 1958, edificação traz influências da Escola Carioca de arquitetura e detalhes regionais. Este é terceiro imóvel alçado à condição de IEP este ano. (Foto: Divulgação)

 

Em decreto publicado no Diário Oficial do município nesta quinta-feira (26), a Prefeitura do Recife classifica como Imóvel Especial de Proteção (IEP) a casa modernista localizada na Avenida Rui Barbosa, número 2066. Trata-se de uma construção de 1958 e que foi residência do engenheiro Isnard de Castro e Silva. No decreto 34.851, o prefeito João Campos justifica a classificação da casa em IEP pelo "valor histórico-cultural, arquitetônico e a importância da manutenção da memória urbana". Agora são 262 imóveis do tipo no Recife - o terceiro instituído apenas este ano: em fevereiro foram a garagem de remo do Náutico e o Clube Barroso, ambos na Rua da Aurora.

Segundo a Lei Municipal 16.284, de 1997, eventuais intervenções nesses imóveis devem sempre garantir a preservação dos seus elementos arquitetônicos originais, não sendo permitidas as que impliquem em sua descaracterização ou demolição, tendo em vista sua importância para o patrimônio histórico, artístico e cultural.

A Residência Isnard de Castro e Silva tem forte influência da vertente carioca da arquitetura moderna brasileira - a Escola Carioca, de nomes como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, que teve seu ápice na década de 1950. O projeto foi assinado em 1958 pelo arquiteto José Norberto de Castro e Silva e tem alguns dos elementos que definem a vertente modernista criada no Rio de Janeiro: estrutura térrea que lembra um pilotis; varandas que avançam sobre o volume principal, além das extensas venezianas de madeira e texturas contrastantes.

A integração entre os ambientes internos e externos, tão característica da Escola Carioca, fica por conta do grande terraço com panos de vidro que se abre para um jardim particular, uma espécie de pátio que divide os dois volumes distintos da casa. Também há grande integração entre artes plásticas e arquitetura, como no painel decorativo elaborado em cacos de azulejos coloridos com motivos regionais, o boiadeiro laçando um boi, o lavrador sobre o trator puxando o arado, o chapéu de couro e a vegetação do sertão.

Instituído por lei em 1997, o instrumento dos Imóveis Especiais de Preservação tem por objetivo proteger exemplares de arquitetura significativa, por seus valores específicos, para preservar a memória urbana do Recife. São exemplos de edificações já sob essa proteção a Casa do Estudante da UFPE, a sede do Instituto Capibaribe, a antiga sede do América Futebol Clube e o Teatro do Parque, entre outros.