Dia Mundial do Turismo é celebrado com oficinas
Três oficinas foram realizadas hoje para discutir práticas criativas, tecnologia e inovação no mercado turístico. Programação, montada pela Secretaria de Turismo e Lazer, segue amanhã com palestrantes de renome internacional, como Ana Carla Fonseca e Lucas Foster
Filões cada vez mais promissores no mundo inteiro, o turismo de experiência e o turismo de base comunitária foram tema de uma das oficinas realizadas hoje (28), dentro da extensa programação montada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, para celebrar o Dia Mundial do Turismo. O evento, que só encerra na próxima quinta-feira, é um convite para que o trade e estudantes de turismo repensem a prática, a partir de conceitos como criatividade, inovação e sustentabilidade.
Ministrada na comunidade Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, uma das oficinas de hoje tratou da importância desse tipo de turismo, que garante uma experiência única aos visitantes, ao mesmo tempo em que impacta diretamente na qualidade de vida do destino e da população contemplada.
"Parece estranho tratar de turismo em comunidades carentes, que certamente têm necessidades mais urgentes, mas é uma prática que traz a transformação, gera renda e atrai a atenção da sociedade para o que tem naquele lugar e também para o que falta", disse João Paulo da Silva, bacharel em turismo, mestre em extensão rural e desenvolvimento local, professor universitário e articulador do controle social da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco.
Segundo João Paulo, é preciso fazer a distinção entre turismo de experiência, que se limita a oferecer uma vivência inusitada para os visitantes, e turismo de base comunitária, feito a partir de uma articulação com o entorno, assegurando melhorarias e impactando a vida dos envolvidos. "Aqui no Brasil, temos experiências importantes, como a realizada com os pescadores do Ceará ou com os agricultores de Bento Gonçalves, que asseguram mais qualidade de vida àquelas populações." Na Rocinha, considerada a maior favela da América Latina, diz, o turismo de experiência já pode até ser considerado uma prática antiga.
A própria Ilha de Deus já está se acostumando a falar várias línguas. A comunidade descobriu o potencial turístico do lugar e até já planeja a instalação de um hostel. Isso porque há alguns meses, a Ilha de Deus passou a integrar a rede de destinos contemplados pela Aiesec, organização presente em 110 países, que conta com mais de 35 mil jovens voluntários e promove intercâmbios, com o objetivo de impactar positivamente a sociedade, a partir da troca de experiências e saberes. De lá pra cá, mais de 60 jovens de vários lugares do mundo, como China, Colômbia, Rússia, Argentina, Egito, Alemanha, Turquia e França já passaram pela comunidade. Ensinaram seus idiomas e noções de sustentabilidade e receberam importantes lições de resiliência e criatividade.
PROGRAMAÇÃO
Também foram oferecidas hoje oficinas sobre práticas criativas no desenvolvimento de produtos turísticos e aplicativos mobile como ferramenta de desenvolvimento do turismo.
Amanhã (29), a programação montada pela Secretaria de Turismo e Lazer está especial. A partir das 18h30, será realizado um fórum, no Teatro Apolo, com a participação de Ana Carla Fonseca e Lucas Foster, dois dos mais referendados nomes brasileiros no que diz respeito a economia criativa, cidades criativas, negócios e desenvolvimento.
Entre os empreendedores locais presentes na programação, destacam-se Mauro Lima, do Taxi Cultural; Victória Moura, sócia proprietária do novo Azul Fusca Hostel; e Lúcia Helena Guimarães Rodrigues, idealizadora do projeto O Mundo Lá de Casa.