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Cultura | 30.07.12 - 11h38

Orquestra Sinfônica do Recife comemora aniversário de 82 anos em concerto nesta segunda-feira (30)

Orquestra Sinfônica do Recife comemora seus 82 anos com apresentação gratuita.  Crédito: Fernando Silva

Apresentação é realizada no Teatro de Santa Isabel com entrada gratuita
 
A Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) completa 82 anos de existência, sendo a mais antiga em atividade no Brasil, situada entre as melhores e mais atuantes orquestras do Norte e Nordeste. Para comemorar, a OSR realiza concerto nesta segunda-feira (30), às 20h, no Teatro de Santa Isabel. O programa traz a obra “Madei-Mamoré”, do recifense Manoel Nascimento; e a Sinfonia nº 6, opus 74 – “Patética”, do russo Peter Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893), com regência do maestro Osman Giuseppe Gioia. Como é de costume, a entrada para o concerto é gratuita.
 
“Madei-Mamoré” é uma fantasia para orquestra com cinco temas. O primeiro tema (Verde) é uma referência ao pulmão do mundo que é a floresta amazônica. A melodia é feita pelo fagote com o acompanhamento das cordas. O segundo tema (Modinha) é uma canção que faz lembrar a lenda do boto que na época da lua cheia vinha conquistar as garotas dos vilarejos perto das margens dos rios. O terceiro (Sentimental) é uma canção de amor entre um índio e uma branca, um amor impossível, onde a melodia é feita pelo corne inglês, instrumento de sopro de sonoridade melancólica. O quarto tema (Camaleão) faz lembrar o movimento do trem de ferro com cordas e percussão. O quinto e último tema (Memory) é uma balada em homenagem a Percival Farquar, milionário americano que terminou a estrada de ferro Madeira-Mamoré, ligação de Mato Grosso com o Atlântico pelos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas.
 
A Sinfonia n° 6, Opus 74 chamada “Patética” foi composta em 1893, sendo a última obra publicada do compositor e também a ultima que dirigiu. A estreia da obra foi realizada em São Petersburgo poucos dias antes da morte dele. A composição é sombria quase sempre com explosões de fúria e de grande lirismo. O próprio compositor a nomeou de “Pathétique”. A palavra portuguesa “Patética” no seu uso atual não traduz a intenção do compositor que queria dar com esta indicação a noção de que esta era uma obra para ser ouvida “com o coração”, uma obra que pretendia desencadear emoções fortes.
 
ANIVERSÁRIO - A história da orquestra foi marcada pelo concerto inaugural em 30 de julho de 1930, no Teatro de Santa Isabel, tendo à frente um dos seus idealizadores, o maestro Vicente Fittipaldi. A OSR foi fundada pela Sociedade de Concertos Populares como Orquestra Sinfônica de Concertos Populares e em 1949, ao passar para a administração municipal, recebeu o titulo que até hoje ostenta.
 
Compositores ilustres como Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Marlos Nobre, Guerra Peixe, entre outros, apresentando as suas obras com a orquestra. Grandes regentes e solistas, a exemplo de Isaac Karabtchevsky, José Siqueira, Artur Moreira Lima e Nelson Freire, também emprestaram seus talentos à Sinfônica do Recife.
 
A regência da orquestra foi do maestro Vicente Fittipaldi de 1930 a 1961. De 1962 a 1974, os concertos foram divididos entre Fittipaldi e o regente assistente Mário Câncio. Guedes Peixoto regeu de 1975 a 1984; Eleazar de Carvalho de 1985 a 1988; o então spalla Eugene Egan até o fim de 1989; Arlindo Teixeira até 1991; Diogo Pacheco em 1992 e Carlos Veiga de 1993 a 2000.
 
Desde 2001, a OSR tem como diretor artístico e regente titular o maestro Osman Giuseppe Gioia e tem desenvolvido as séries Concertos Noturnos e Concertos ao Pôr-do-Sol, Concerto comunitários, Concertos Didáticos e Concertos Populares ao ar livre, todos com acesso gratuito. O grande público que prestigia os concertos da OSR são uma prova que a música erudita está no inconsciente coletivo e no “gosto” das populações e, que não é privilégio de segmentos ou públicos isolados.
 
Concertos realizados com artistas, como, Edu Lobo, Nelson Ayres, Grupo Pau Brasil, Mônica Salmaso, Francis Hime, Lenine, entre outros, e montagens das óperas La Bohéme e Carmem, a cantata profana Carmina Burana, a cortina lírica Cavalleria Rusticana demonstram a versatilidade e o talento de seus músicos e regente, que fazem a OSR transitar entre a chamada música popular brasileira e a música erudita. Nas últimas temporadas, a orquestra também tem incluiu em seu repertório músicas de Chico Science, Beatles e Pink Floid.
 
SERVIÇO
Concerto de Aniversário de 82 anos da Orquestra Sinfônica do Recife
Segunda-feira (30), às 20h
Teatro de Santa Isabel – Praça da República, Santo Antônio.
Entrada franca
Informações: (81) 3355-3323 /3355-3324
 
PROGRAMA
Manoel Nascimento
Madei-Mamoré
Fantasia para orquestra com cinco temas
(Primeira audição mundial revisada)
Verde
Modinha
Sentimental
Camaleão
Memory
 
Peter I. Tchaikovsky
Sinfonia nº 6, opus 74 - Patética
I - Adagio – Allegro non troppo
II - Allegro con grazia
III - Allegro molto vivace
VI - Finale — Adagio lamentoso