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Educação | 31.10.15 - 22h38

Trabalhos das escolas municipais do Recife são premiados na 21ª Ciência Jovem

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Duas escolas da rede municipal de ensino do Recife foram premiadas nessa sexta. (Foto: Antônio Tenório/ PCR)

Dois dos onze projetos da rede municipal de ensino do Recife selecionados para participar da 21ª Ciência Jovem foram premiados no evento que é uma das maiores feiras de incentivo à pesquisa do País. Nessa sexta-feira (30), no Classic Hall, as Escolas Municipais Engenho do Meio e Poeta Jônatas Braga ficaram em 2º e 4º lugar em categorias distintas. Todos os mais de 300 trabalhos expostos na feira promovida pelo Espaço Ciência foram avaliados por uma comissão formada por cerca de 150 profissionais de diversas áreas, principalmente estudantes e professores de mestrado e doutorado das universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco (UFPE e UFRPE), além da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Com o trabalho "Maracatu Rural na ótica da luz", a Escola Municipal Engenho do Meio ficou em segundo lugar na categoria Iniciação à pesquisa, voltada a estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental I. A escolha do tema pelos alunos do 4º ano ajudou a combater o preconceito que havia entre os estudantes contra a manifestação cultural de origem africana. "Na época do Carnaval, a professora falou sobre o maracatu rural na sala e algumas crianças disseram que era coisa do diabo. A partir daí, fizemos pesquisas e tarefas sobre o assunto", explica Raiza Monique, de 10 anos. Ela se envolveu tanto com o trabalho que chegou a se vestir de caboclo de lança, junto com o colega Nicácio Rodrigues, para se apresentar no Dançando na Rua, evento da Prefeitura no Bairro do Recife.

Para a diretora da Escola Municipal Engenho do Meio, Bianca Simonette, a pesquisa desenvolvida pelos alunos conseguiu unir cultura e ciência. “O trabalho deles ficou muito interessante. Estamos muito felizes em acompanhar o sucesso dos meninos”, disse a gestora.

Já a Escola Municipal Poeta Jônatas Braga ganhou o 4º lugar no Prêmio Destaque Pernambuco – Categoria Divulgação Científica (voltada ao Ensino Fundamental II), e com isso se classificou para participar da Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fenecit). No estande do trabalho "Enxergando além dos olhos: construindo microscópios na escola Poeta Jônatas Braga", os estudantes fizeram demonstrações práticas de como construir e operar microscópios caseiros.

"Basta prender uma seringa entre dois copos, deixando uma gota d'água fora do bico, sem pingar. Depois, é só pegar uma caneta laser de cor verde, direcionando a luz para a gota. A luz se expande na parede e podemos ver as bactérias que estão na água", explicam os alunos Cauã Sousa e Patrick Santana, do 8º ano. Outra opção fácil de fazer em casa, segundo a dupla, é pingar uma gota na lente da câmera do celular. Ao se colocar a lente molhada logo acima de um objeto, a tela vai mostrar a imagem ampliada.

Em 2014, a Poeta Jônatas Braga também foi premiada na Ciência Jovem. Estudantes dos 7º e 8º anos venceram o prêmio Francis Dupuis com um estudo para explorar o conhecimento adquirido nas aulas de matemática e artes sobre geometria plana e espacial, unindo aos conceitos de arte e interatividade. Com papel, os estudantes construíram esculturas geométricas com os origamis produzidos em sala.

O secretário-executivo de Gestão Pedagógica da Secretaria de Educação do Recife, Rogério Morais, visitou os 11 estandes das escolas municipais do Recife nessa sexta. Ele acredita que o letramento científico é um dos meios de garantir o futuro dos estudantes em uma cidade como o Recife.

“Pelo DNA que a cidade apresenta de uma economia criativa ligada à produção cultural e tecnológica, é preciso fazer com que os alunos entendam o mundo, façam suas reflexões e interfiram nele, produzindo ciência. Nossas ações têm sido pautadas na valorização do estudante enquanto protagonista do processo de ensino-aprendizagem, para que ele se apodere do conhecimento e tenha consciência de que pode sonhar, pode ir além e consequentemente se envolver mais com os estudos. Não temos como mensurar o tamanho da felicidade que é ver nossos alunos premiados numa feira de ciências tão importante”, destaca o representante da Secretaria de Educação do Recife.