Em Dia D de imunização contra poliomielite, Recife aplica mais de 8 mil doses da “gotinha”
Em um esquema especial com mais de 180 pontos de imunização abertos neste sábado (20), a Prefeitura do Recife realizou o Dia D de mobilização nacional da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite. O balanço parcial, apurado no fim da tarde deste sábado (20), apontava que o município aplicou 8,9 mil doses da “gotinha”, o imunizante que protege contra a doença, em meninos e meninas de 1 ano a menores de 5 anos. Ao longo do dia, a capital também realizou mutirão para atualização de caderneta de vacina de crianças e adolescentes menores de 15 anos.
A abertura do Dia D foi realizada no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no Curado, em uma parceria da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife com a Secretaria Estadual de Saúde e o Rotary Clube do Recife. No evento, a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, reforçou a importância dos pais e responsáveis levarem as crianças para receberem a imunização. “A pólio foi erradicada no Brasil em 1989 e muitos desses pais de hoje desconhecem a gravidade desta doença por não terem convivido com ela. A reintrodução do vírus em outros lugares do mundo traz um risco muito grande de voltarmos a ter casos no nosso país. E só poderemos evitar isso se as nossas crianças estiverem imunizadas”, reforçou a gestora.
As Campanhas Nacionais de Vacinação contra Poliomielite e de Multivacinação seguem até o dia 9 de setembro e quem não teve tempo aproveitar o Dia D neste sábado pode se dirigir a uma das mais de 150 salas de vacina do Recife, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. A recomendação da Sesau Recife é que os pais ou responsáveis levem as crianças e adolescentes até a unidade mais próxima de casa para que os profissionais do Programa de Imunização do Recife possam avaliar a necessidade de cada um, de acordo com a idade e as doses já tomadas. É imprescindível levar um documento de identificação da criança ou adolescente e do responsável, além do cartão de vacinação.
O Dia D também foi voltado para verificar as cadernetas de vacina das crianças e adolescentes menores de 15 anos. E a dona de casa Silvia Santana de Miranda, 31 anos, levou as filhas Rhuana Julia, de 10 anos, e Ana Cecília, 3 anos, para se vacinar na unidade de saúde Pam/Ceasa, no Curado. A menina mais velha estava com a caderneta em dia e só precisou tomar a vacina contra febre amarela, que foi introduzida no calendário de vacinação de rotina recentemente. Já a mais nova, que tinha se imunizado contra poliomielite logo no começo da campanha, tomou a primeira dose da vacina anticovid. “Eu cuido da saúde das minhas filhas com bastante atenção e eu sei que as vacinas são muito importantes para não deixá-las adoecer. Trago elas ao posto de saúde com frequência e sempre que tem campanha eu volto para ver se está tudo certo, sem faltar nada”, comentou a mãe.
Todas as vacinas disponibilizadas no Dia D de Multivacinação já fazem parte do calendário de rotina e são mais de 15 imunizantes, como para hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C, febre amarela, tríplice viral, varicela, hepatite A, DTP, tríplice viral, febre amarela, varicela, difteria e tétano adulto, meningocócica ACWY, HPV, e dTpa. Cada imunizante é voltado para um público específico e os profissionais avaliam quem pode recebê-los de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde.
É importante lembrar que aqueles que já estão aptos a receber a vacina contra covid-19 podem tomá-la no mesmo momento que os demais imunizantes, uma vez que não há necessidade de intervalo de tempo entre as doses.
“Estas campanhas também são uma forma de impulsionar as coberturas vacinais dos imunizantes que fazem parte do calendário de vacinação de rotina. Boa parte das vacinas tem menos 95% de cobertura, índice recomendado pelo Ministério da Saúde. O Brasil sempre foi uma referência no processo de imunização de crianças. E esses baixos números são muito preocupantes, pois colocam em risco o trabalho realizado para erradicar doenças como a pólio e o sarampo, que voltou a ter casos no nosso país devido à falta de imunização da população", reforçou a coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel.
Desde 2016, a série histórica de alguns imunizantes do calendário para crianças até um ano de idade vêm apresentando quedas consecutivas e aumentam a preocupação dos órgãos de saúde. Abaixo, estão listadas algumas das coberturas vacinais do município. Os dados de 2022 são referentes até o mês de junho.
Pentavalente:
2018 - 93,53%
2019 - 69,95%
2020 - 68,43%
2021 - 62,37%
2022 - 58,80%
Poliomielite:
2018 - 89,76%
2019 - 72,27%
2020 - 67,77%
2021 - 62,40%
2022 - 56,54%
Pneumocócica 10:
2018 - 96,22%
2019 - 77,54%
2020 - 73,54%
2021 - 66,62%
2022 - 63,82%
Rotavírus:
2018 - 84,40%
2019 - 72,71%
2020 - 68,89%
2021 - 62,94%
2022 - 57,30%
Meningocócica C:
2018 - 81,42%
2019 - 74,42%
2020 - 69,07%
2021 - 63,57%
2022 - 60,72%
Febre amarela:
2020 - 10,32%
2021 - 35,65%
2022 - 33,74%